15 de janeiro de 2018

SUPERNANNY

Parece que o primeiro episódio do novo programa da SIC "SuperNanny", já abalou Portugal mais do que o sismo de Arraiolos.
Não vi o programa senão num trailer através do meu telefone, e já deu para perceber exatamente o que aquilo é.
É então a mesmíssima coisa que vemos todos os dias nesses blogs virulentos e pestilentos das stay-home-moms, mas com a discreta nuance de que neste caso as crianças não usam lacinhos e camisinha de xadrez e não estão sossegadinhas a olhar para os fotógrafos [que a mãe paga com o dinheiro que recebe por vende-las nos seus blogs, em milhentas 'parcerias' publicitarias].

«A Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ) considerou hoje "existir um elevado risco" de o programa da SIC 'Supernanny' "violar os direitos das crianças", nomeadamente o direito à reserva da vida privada.» , veicula o DN de hoje.

  
Enlouqueço, juro que enlouqueço e fico transviada com estas aventesmas da Comunicação Social, com estas ineptas da CPCJ.
Há quantos anos andamos nós a falar destas mães-tiranas que obrigam as crianças a trabalhar como se estivessem no Bangladesh, horas a fio em frente às câmaras ou em vídeos caseiros, onde aparecem a maior parte das vezes desnudas, com as cuecas à mostra, sentadas em sanitas ou a chorar em igrejas? Quantos posts, rios de tinta, correram para denunciar Cacos, Princesas, Minies e outras coisas mal cheirosas? 
Quantas mães vivem  atualmente em Portugal, dependentes dos filhos pequenos, tratando-os como unidades de produção?
Quantas mães é que procriam aos três e quatro filhos só para não se lhes acabar o filão da infância, quando o mais velho já se cansou de ser usado para os fins recreativos nascidos dos devaneios da matriarca?
Quantas?
E os homens, credo? A aplacarem aquela miséria toda, sem os terem no sítio, eles que viris se rendem a folhos e lacinhos, ridiculamente usados em raparigas de 11 anos, tal qual uma criança, para as fotografias em família? 
É agora o "SuperNanny" que vem mudar tudo? Só porque as crianças são birrentas e parece mal a vizinha do lado saber que a criança dá dentadas à mãe?
É aqui que se afinam as guitarras? Temos faducho?
Querem convencer-me que o direito à reserva da vida privada destas crianças só é tida em conta se foram mal comportadas, totalmente sem regras, e com mães incapazes de definir o que é ser CRIANÇA?
A mim parece-me bastante lógico que o que temos neste programa é exatamente o mesmo que vemos há anos nos blogues das rosinhas.

Abuso, devassa da vida privada, exposição, assédio e trabalho infantil.
Alguém com dois dedos de testa que me venha dizer o contrário, que me convença que não, que as bloggers do pedaço não fazem nada disto, que as crianças adoram, pedem para fazer mais e mais e vivem felizes como anjos neste tipo de famílias-vampiro que bebem o sangue do seu sangue.
Nojo.
Nojo.
Nojo.

8 comentários:

  1. Tal e qual!! Quando li essa mesmíssima parte, só me lembrei da exposição que estas bloggers fazem das crias. Curiosamente, pelo menos até há hora do almoço nenhuma falou do programa, porque será...?? Aliás, uma postou uma foto no instagram a dizer que estava indignada, gostava era de saber pq.

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    1. Calam-se porque sabem exatamente o que fazem aos miúdos, e o que fazem é exatamente a mesma coisa, num ambiente diferente.
      Não são tolinhas de todo, o problema delas é acharem que andamos todas aqui a lamber sabonetes ou a comer gelados com a testa.

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  2. Ainda não vi o programa mas ha-de ser uma bela trampa, não melhor que esses blogs de venda de roupas e cremes por intermedio de modelos infantis disfarçados de filhos de familias perfeitas. É a lei da sobrevivência ao mais baixo nível.

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    1. E a CPCJ onde está? Ahh já sei, a ler blogs cor de rosa enquanto a sociedade se desfaz em trampa.

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    2. Sinceramente também não vi nada além da apresentação do programa.Concordo que há-de ser uma grande trampa! Deu-me nauseas assim que olhei para aquela senhora ridícula armada em psicopedagoga. E só o nome do programa em si...bilhack!!!! Não sei se é mais um que vive de expôr criançinhas ou não, mas que é nojento, isso é.

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    3. É efetivamente uma big trampa, mas já vi bloggers a dizer que não, que é didático, que devemos todos saber como se criam as crianças dos outros, que fazem muito bem em fazer programas assim, e depois metem mais uma foto do bebé no blog todo em Benetton, a dizer: ternurinha da mãe, e vão trabalhar.
      Help!

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  3. Em Portugal as únicas crianças a necessitarem que as CPCJ's e MP's intervenham são as que são filhas de gente pobre ou de classe média baixa.

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